quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Faixa para pedestres (ou para motoristas)


 “Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, [...]”  Lei 9.503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro.


Há poucos dias, seguia para o trabalho a pé e, ao atravessar um cruzamento com faixa para pedestre, surgiu um táxi em considerável velocidade. Seu motorista, após uma freada brusca, buzinou enquanto colocou a cabeça para fora da janela e gritou para mim: “Não sabe ler? No chão está escrito olhe.”

Pensei em discutir com ele, mas imediatamente achei melhor seguir o meu caminho. Mas, claro, não pude deixar de fazer um gesto obsceno, pela buzinada.

Depois fiquei pensando sobre o ocorrido.

Alguns amigos que voltam da Europa, ficam elogiando que, lá, quando põem o pé na faixa, todos os veículos param e esperam a travessia do pedestre.

Mas, por lá, nunca vi uma faixa de pedestre que tivesse pintado sobre ela a seguinte mensagem endereçada aos pedestres que a atravessam:  “Olhe à”.

Embora a lei seja clara ao estabelecer a prioridade do pedestre sobre as faixas onde não existam semáforos, o próprio poder público, ao pintar aquela mensagem sobre a faixa, induz todos a crerem que a obrigação de cautela do pedestre se sobrepõe à obrigação do motorista de respeitar a lei.

Aliás, o Código de Trânsito estabelece ainda que, nas faixas onde existe sinalização semafórica, se o sinal mudar após o pedestre ter iniciado a travessia, os veículos devem esperar que o pedestre a conclua. Mas, o que de fato ocorre é que o motorista fica atento ao sinal luminoso apontado para a via transversa. E quando lá a cor muda para amarelo, ele já começa a acelerar o motor para que o ronco assuste os pedestres que estão atravessando na sua frente.

É mais uma conseqüência da falta de educação.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sacolas plásticas sufocam o planeta?


Está em vigor, desde hoje, o acordo entra a APAS – Associação Paulista de Supermercados e o Governo Estadual para que os supermercados não mais ofereçam sacolas plásticas para os seus clientes. Junto desse acordo gira uma campanha publicitária que afirma que as sacolas plásticas sufocam o planeta.

Parece lindo que uma associação criada fundamentalmente para defender os interesses dos donos de supermercados do estado de São Paulo, volte sua atenção para uma causa tão nobre como a do meio ambiente e a sustentabilidade do planeta.

A campanha publicitária é bastante apelativa, já que se restringe a afirmar que o uso desse tipo de sacola sufoca o planeta.

Se há de fato um interesse maior, uma preocupação real com o meio ambiente, por que não utilizar essa campanha, ampliando sua mensagem, para educar os usuários quanto aos reais danos que o plástico (e não só as sacolas) pode causar, enfocando a prática de reutilização e da destinação adequada?

Importante também observar que a pesquisa do Datafolha apurou que 88% dos usuários de sacolas plásticas já possuem o hábito de reutiliza-las, sendo que destes, 96% fazem uso delas pra acondicionar lixo. Isto é um fato: no prédio em que moro, a quase totalidade do lixo é disponibilizada pelos moradores em sacolas de supermercado. Alguém já tem uma resposta para qual o meio de dispor desse lixo na ausência das sacolas plásticas?

E, a mesma pesquisa aponta que 64% das pessoas entendem que é obrigação do supermercado fornecer o meio para carregar as compras.

De fato, o costume de fornecer algum tipo de embalagem para o comprador portar suas compras remonta o próprio início da transação comercial. Assim, se os supermercados estão mesmo tão preocupados com a natureza, porque não assumem o custo de outro tipo de embalagem como, talvez, aquela biodegradável, feita a partir do amido de milho, que alguns estabelecimentos querem vender por dezenove centavos cada.

Por tudo isso, penso que a APAS, com essa campanha junto do Governo do Estado, não está fazendo nada de social ou pela natureza. Antes, está mesmo é cumprindo sua função primária de defender os interesses de seus associados. Afinal, com essa única campanha, vai gerar aos supermercados: 1) a economia relativa ao custo das sacolas plásticas; 2) a possibilidade de venda de um novo produto – as sacolas retornáveis ou as biodegradáveis. Afinal, ninguém leva as compras pra casa senão em algum tipo de sacola; e 3) reforçar a venda de sacos PLÁSTICOS para lixo. Na ausências das famosas sacolinhas os 96% que hoje fazem uso delas pra dispor o lixo, vão ter que comprar sacos para lixo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Bem vindos!

Olá pessoal! Bem vindos ao "Gente Comune Che Ama Davvero".
Pensei num espaço onde pudesse colocar idéias, pensamentos, opiniões... Claro que idéias, pensamentos e opiniões, mesmo sinceros, nem sempre são corretos ou correspondem ao que pensa a maioria das pessoas. Mas espero mesmo que não corresponda. Só então estará aberto o debate. E, se apenas uma dessas postagem resultar num debate, este espaço terá alcançado seu objetivo.
Nem preciso dizer que é por isso esse nome longo para um blog que não tem grandes pretensões: pessoas comuns, que têm opiniões certas ou erradas, mas que vêem no debate uma forma saudável (amorosa, talvez) de buscar melhores caminhos para as "gentes" - a sociedade.
Acho que viajo um pouco - rsrsrs. Espero sinceramente que alguem mais embarque comigo.
Beijos a todos.