quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sacolas plásticas sufocam o planeta?


Está em vigor, desde hoje, o acordo entra a APAS – Associação Paulista de Supermercados e o Governo Estadual para que os supermercados não mais ofereçam sacolas plásticas para os seus clientes. Junto desse acordo gira uma campanha publicitária que afirma que as sacolas plásticas sufocam o planeta.

Parece lindo que uma associação criada fundamentalmente para defender os interesses dos donos de supermercados do estado de São Paulo, volte sua atenção para uma causa tão nobre como a do meio ambiente e a sustentabilidade do planeta.

A campanha publicitária é bastante apelativa, já que se restringe a afirmar que o uso desse tipo de sacola sufoca o planeta.

Se há de fato um interesse maior, uma preocupação real com o meio ambiente, por que não utilizar essa campanha, ampliando sua mensagem, para educar os usuários quanto aos reais danos que o plástico (e não só as sacolas) pode causar, enfocando a prática de reutilização e da destinação adequada?

Importante também observar que a pesquisa do Datafolha apurou que 88% dos usuários de sacolas plásticas já possuem o hábito de reutiliza-las, sendo que destes, 96% fazem uso delas pra acondicionar lixo. Isto é um fato: no prédio em que moro, a quase totalidade do lixo é disponibilizada pelos moradores em sacolas de supermercado. Alguém já tem uma resposta para qual o meio de dispor desse lixo na ausência das sacolas plásticas?

E, a mesma pesquisa aponta que 64% das pessoas entendem que é obrigação do supermercado fornecer o meio para carregar as compras.

De fato, o costume de fornecer algum tipo de embalagem para o comprador portar suas compras remonta o próprio início da transação comercial. Assim, se os supermercados estão mesmo tão preocupados com a natureza, porque não assumem o custo de outro tipo de embalagem como, talvez, aquela biodegradável, feita a partir do amido de milho, que alguns estabelecimentos querem vender por dezenove centavos cada.

Por tudo isso, penso que a APAS, com essa campanha junto do Governo do Estado, não está fazendo nada de social ou pela natureza. Antes, está mesmo é cumprindo sua função primária de defender os interesses de seus associados. Afinal, com essa única campanha, vai gerar aos supermercados: 1) a economia relativa ao custo das sacolas plásticas; 2) a possibilidade de venda de um novo produto – as sacolas retornáveis ou as biodegradáveis. Afinal, ninguém leva as compras pra casa senão em algum tipo de sacola; e 3) reforçar a venda de sacos PLÁSTICOS para lixo. Na ausências das famosas sacolinhas os 96% que hoje fazem uso delas pra dispor o lixo, vão ter que comprar sacos para lixo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário